Direitos das Pessoas Autistas: Acesso a Terapias e Uso de Canabidiol
4/9/20252 min read
Direitos das Pessoas Autistas: Acesso a Terapias e Uso de Canabidiol
Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige atenção especializada, cuidado contínuo e um plano de tratamento adequado às necessidades individuais. No Brasil, a legislação garante o direito ao acesso a terapias multidisciplinares e, em alguns casos, ao uso de canabidiol (CBD) como recurso terapêutico. No entanto, algumas negativas de cobertura por parte dos planos de saúde podem ser contestadas judicialmente.
O problema: negativas dos planos de saúde
Muitos responsáveis por pessoas autistas enfrentam desafios como:
Negativa de cobertura para sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos;
Limitação de sessões mensais, contrariando as necessidades médicas;
Recusa no fornecimento ou reembolso do canabidiol, mesmo com prescrição médica;
Desrespeito ao direito ao tratamento integral, comprometendo o desenvolvimento da pessoa com TEA.
O que diz a lei
A legislação brasileira protege o direito ao acesso a tratamentos essenciais para pessoas autistas:
Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana): institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA e garante atendimento multiprofissional;
Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência): assegura o direito à saúde sem discriminação;
Decisões do STJ e tribunais estaduais: determinam que planos de saúde devem cobrir tratamentos indicados por médicos, independentemente de limitações contratuais;
Regulamentação da Anvisa: autoriza a importação e comercialização de medicamentos à base de canabidiol, desde que haja prescrição médica e laudo técnico.
Além disso, decisões judiciais recentes têm reconhecido o direito à liminar para garantir o fornecimento imediato de terapias e medicamentos, sem necessidade de aguardar o desenrolar completo do processo3.
Como buscar seus direitos
Caso tenha enfrentado negativa de cobertura de terapias ou medicamentos, é recomendável buscar orientação jurídica especializada para avaliar as medidas cabíveis. A proteção ao paciente pode incluir:
Solicitação de cobertura integral e contínua, conforme prescrição médica;
Ação judicial contra planos de saúde, em casos de recusa indevida;
Indenização por danos morais e materiais, quando a negativa compromete o tratamento;
Reembolso de despesas já realizadas, garantindo o direito ao acesso ao tratamento adequado.
Conclusão
O acesso a terapias multidisciplinares e ao uso de canabidiol pode ser essencial para o desenvolvimento de pessoas autistas. Em casos de negativa indevida, é fundamental conhecer os mecanismos legais disponíveis para garantir o tratamento adequado e a proteção dos direitos.