Fornecimento de Medicamentos de Alto Custo: Direitos do Paciente e Medidas Legais
4/9/20252 min read
Fornecimento de Medicamentos de Alto Custo: Direitos do Paciente e Medidas Legais
Introdução
Em tratamentos de doenças graves, crônicas ou raras, muitos pacientes dependem de medicamentos com preços elevados, muitas vezes inacessíveis para a maioria das famílias. No entanto, o fornecimento pode ser negado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelo plano de saúde, mesmo com prescrição médica. A legislação brasileira prevê mecanismos para garantir o acesso ao tratamento adequado, permitindo que o fornecimento seja solicitado judicialmente em casos de negativa indevida.
O problema: negativa de fornecimento e impacto na saúde
Pacientes e familiares frequentemente enfrentam desafios como:
Negativa de fornecimento pelo plano de saúde, sob justificativa de que o medicamento não está no rol da ANS;
Demora ou recusa do SUS em disponibilizar o medicamento, mesmo com laudos médicos;
Alto custo do remédio, tornando inviável a compra particular;
Interrupção do tratamento, comprometendo a saúde do paciente.
O que diz a lei
A legislação brasileira protege o direito ao acesso à saúde e ao fornecimento de medicamentos:
Constituição Federal (art. 196): estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado;
Código de Defesa do Consumidor (CDC): veda cláusulas abusivas em contratos com planos de saúde;
Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98): impede limitações contratuais que prejudiquem o tratamento do paciente;
Decisões do STF e STJ: reconhecem que o fornecimento de medicamentos pode ser exigido judicialmente, desde que haja prescrição médica e comprovação da necessidade.
Além disso, um acordo homologado pelo STF estabeleceu critérios para a concessão judicial de medicamentos de alto custo, garantindo maior transparência e eficiência na gestão desses pedidos.
Como buscar seus direitos
Caso tenha enfrentado negativa de fornecimento de medicamento, é recomendável buscar orientação jurídica especializada para avaliar as medidas cabíveis. A proteção ao paciente pode incluir:
Solicitação de fornecimento imediato, conforme previsto na legislação;
Ação judicial contra o SUS ou plano de saúde, quando houver recusa indevida;
Indenização por danos morais e materiais, em casos de atraso ou negativa injustificada;
Ressarcimento de valores gastos com medicamentos pagos pelo paciente.
Conclusão
O acesso a medicamentos essenciais é um direito garantido pela legislação brasileira. Em casos de negativa indevida, é fundamental conhecer os mecanismos legais disponíveis para garantir o tratamento adequado e a preservação da saúde.